terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Fiquei tão bem impressionada com este filme que já o vi duas vezes! Vale a pena conferir!

“A Verdade está aqui dentro...”

Num primeiro momento, a história de “Avatar”, longa recém-estreado de James Cameron(mesmo diretor da mega-produção vencedora do Oscar “Titanic”), pode nos parecer lugar-comum pelo recorrente tema humanos versus extraterrestres. Entretanto, “Avatar” não só nos surpreende pelo espetáculo tecnológico, tamanha sua explosão inovadora de efeitos especiais, como também por aguçar mais uma vez e de maneira contundente a nossa mente e nossa alma no que diz respeito à relação com nosso planeta, tão na mídia e tão carente de discussões com vistas a soluções práticas(haja vista a recente Conferência de Kopenhagen...).

A história gira em torno de um ex-fuzileiro paraplégico que vê na incursão ao planeta Pandora, um meio de conseguir melhorar sua vida ao tornar-se mercenário. Para tanto, resolve participar do “Programa Avatar”, um projeto científico(do qual seu falecido irmão gêmeo participava como cientista) que visa conhecer e estudar os Na’ vi, raça humanóide que habita justamente uma área visada pelos conquistadores humanos... Sim! Repetem-se no futuro as grandes invasões que dizimaram milhares de povos indígenas em vários cantos da Terra... Só que agora com proporções dramaticamente maiores, uma vez que “humano” consolida-se como sinônimo de destruidor, desalmado, “desraizado” (com a licença do neologismo).

“Avatares” são seres híbridos(metade humanos, metade na’vi) monitorados por seres humanos; são como fantoches vivos. Além: são cientistas espiões. Entretanto, ao serem descobertos, ainda têm a chance de provar que podem se tornar verdadeiros na’ vi...

O grande dilema de nosso anti-herói Jake Sully é ter que optar entre servir às Forças Armadas informando a seus iguais segredos da terra colonizada e do povo que o acolhe ou juntar-se a este para combater as más intenções humanas que se resumem em exterminar seus habitantes para então explorá-la. Motivo: ela é rica em um novo minério muito valioso, o “unabtenium”(sempre eles: o dinheiro e a ganância a guiar nossos passos...). Soma-se a isso o amor que começa a nutrir pela princesa guerreira Neitiry...

O que mais encanta o espectador boquiaberto pela beleza visual e sonora do filme são pequenos detalhes que se tornam grandiosos ao serem “sacados”: a não gratuita cor azul dos na’ vi; a ligação contínua que estabelecem com a natureza que os cerca através de seus cabelos; a analogia entre a figura da árvore e a Vida, entre outros.

Sem dúvida, “Avatar” é o tipo de filme que precisa ser visto e revisto para ganhar mais e mais significados. Um presente para este Natal. Uma bela homenagem a nossos povos indígenas, uma vez que a filosofia de vida dos povos que habitam Pandora é justamente a sua. Sem falar que a palavra indígena pertence à mesma família etimológica de alienígena. E, segundo a ufologia, os indígenas teriam realmente uma origem extraterrestre... Pasmem! E o que dizer do nome “Pandora”?! Vide a mitologia grega. Um planeta parecido com a Terra, considerado pelos humanos completamente hostil, mas que na verdade guarda em si a dádiva da esperança, representada pela divindade Eiwa, que corresponde nada mais, nada menos à nossa sagrada Mãe Natureza. Nada é coincidência...

Minha irmã Fátima me confidenciou que ficou com vontade de se tornar um na’ vi. Penso que ainda há tempo de buscar lá no fundo de nossa humanidade o nosso lado selvagem, estritamente instintivo e natural que nos aproxima de cada outro ser vivo, uma vez que também somos parte constitutiva da Terra. Fazemos parte de um círculo muito maior que a nossa ignorância. Precisamos acordar para este fato, pois desprezando nosso lugar neste círculo da vida, tornamo-nos mais alienígenas que humanos...



3 comentários:

  1. "Desejo que seu caminho se abra para
    a felicidade por onde você passar." AVATAR
    "E se por ventura, você encontrar espinhos
    nesse caminho, retire-os com sabedoria e
    plante nele a semente do amor." AVATAR
    Adorei suas belas palavras minha filha e acho que AVATAR nada mais é que o nosso interior que pode ser transformado a qualquer tempo.

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  2. FÊ!!! Acabei de assistir AVATAR!!! De fato, concordo com cada palavra sua no que diz respeito à caracterização do humano como depredador, devastador e, portanto, BURRO, já que devasta e depreda seu próprio LAR, seu planeta, q é seu meio de sustento!!! Mas como disse uma prof.a do André da Psicologia, o capitalismo está tão desvairado que Kopenhagem já estava fadado ao fracasso antes mesmo de começar, pois o consumismo é algo tão "maligno" que vira um ciclo vicioso, do qual não se pode sair simplesmente RECICLANDO, pensando em recursos RENOVÁVEIS, REAPROVEITAMENTO... essas são as palavras mais DETESTÁVEIS e REPUGNANTES para quem quer CONSUMIR... pois consumir pressupõe adquirir coisas NOVAS, de primeira mão, quanto mais de primeira mão melhor, pois coisa usada ou reaproveitada ou reciclada é pra pobre (o raciocínio é + ou - esse!!). Para eles lixo não pode virar luxo! Bem, e assim, lá vamos todos nós arrastados pelos ímpetos da e´mpáfia arrogante de uns poucos que COMANDAM o país, o mundo, o destino dos nossos filhos....

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