terça-feira, 1 de junho de 2010

QUANDO O BARCO AFUNDA

Seja um casamento, uma profissão ou emprego, seja uma amizade, a morte de um ente que amamos, seja lá o que for... quando percebemos que algo ao qual nos dedicamos (ou dedicamos tempo da nossa existência) está à deriva, o mais comum é que nos desesperemos. E de fato é um desespero só!! É doloroso ver um barco afundar... aqui não digo no sentido figurado não! Alguém já viu um barco afundando ao vivo (ou mesmo em um filme)?! Imaginem-se vendo um barco afundando! Dá uma sensação ruim!!! Tipo, aquele troço não foi feito para estar no fundo e sim na superfície!! Ele foi construído com "amor e carinho" para... sei lá... tantas coisas, NA SUPERFÍCIE, certo? MAS MUITOS BARCOS AFUNDAM MESMO ASSIM! Da mesma forma, pessoas que amamos se vão, carreiras vão por água abaixo, amizades... aí vem o LUTO! Precisamos viver o doloroso luto, não tem jeito. As lágrimas escorrem junto com parte da nossa alma... é a sensação que dá e por mais triste e dramático que seja... temos de vivenciar!! We have to let it go! Acho essa expressão do inglês muito bonita! Temos de deixar ir, deixar partir, largar nossa mão escorregadia que teima em manter o que inevitavelmente tem de ir!! E, ainda que "nos arrastando" de início, temos que nos mover adiante! Seguir em frente! Encontrar nosso rumo, um novo rumo para preencher a falta total de horizonte que se nos impõe bem diante de nossos olhos lacrimejantes, de nosso coração partido... esse rumo a princípio não vem, vemos apenas breu, o vazio, e, junto com ele, a dor mais intensa possível. MAS... um dia, um novo horizonte vai bem aos poucos sendo colorido diante de nós. E o legal é que ele vem cheio de novas possibilidades! Dependendo, claro, da situação, poderemos até fazer algumas coisas novas que antes sequer cogitávamos. E a vida começa a ressurgir em uma nova dimensão, a dimensão além da dor, além do luto, que de forma latente, continuará em nós, sem dúvida, fará parte de uma das rugas que marcarão a vida vivida em nosso olhar amadurecido.

Certa vez ouvi algo que ficou marcado em minha memória embora eu não tivesse na época entendido toda a magnitude da frase. Era algo mais ou menos assim: "Cuidado com aqueles que sofreram, porque eles SABEM que PODEM sobreviver!"... o fato é que SABER que se pode SOBREVIVER é algo magnífico, revigorante! Apesar do sabor amargo da experiência, cria-se em nós uma espécie de crosta que nos torna mais resistentes, mais fortes, mais sábios!
Então... o barco está afundando... a dor é intensa, parece uma corrosão interna! Não finjo que não dói! Deixo as lágrimas caírem com parte da minha alma! Vivencio essa dor... simplesmente porque não há outro caminho além desse! Minhas mãos estão doloridas, cansadas de tanto segurar com toda força que tenho em mim aquilo que me dói ver sumir no horizonte! Mas vai sumir de qualquer jeito! Vai doer de qualquer jeito! Não posso mais... as mãos suam, escorregam... o horizonte vazio, o breu já aponta lá adiante! A dor é dilacerante! O chão se esvai sob meus pés! O desespero vem e insiste em ficar! O último fio de esperança e força se esgota. Ver a proa do barco apontando pro céu e seguindo seu curso mar abaixo faz estremecer de pavor, pois a dor só faz aumentar. Por fim... não resta mais nada além de soltar e deixar partir!

domingo, 31 de janeiro de 2010

MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS
(livro de Clarissa Pinkola Estés)

Artigo retirado do site Absoluta (www.absoluta-online.com.br):

Já completamente cult hoje em dia, o livro “Mulheres que Correm com os Lobos” tem funcionado como um divisor de águas na literatura especializada no Feminino. Mas, muito mais do que isso, a obra de Clarissa Pinkola Estes graciosamente, mas de modo fulminante, transforma na prática o foco e a vida de muitas mulheres.Não é à toa que virou assunto em círculos femininos, blogs e até comunidades no Orkut. É de uma dessas comunidades que o Absoluta pinçou a enfermeira Cleidi Lopes para relatar seu encontro com a obra e a conseqüente transmutação de paradigmas. Cheio de brilho e emoção, o relato é pessoal e não um padrão, mas você está convidada a fazer uma viagem parecida. Você não será a mesma depois de correr um pouquinho com os lobos da vida.

A mulher selvagem em nossa vida
Eu estava demasiadamente triste. Nada parecia ter o poder de me estimular a sair daquele estado de angústia. E assim transcorriam os meses. A resposta final que eu apresentava para quase todas as perguntas, relativas às coisas práticas da vida, era sempre a mesma: “para mim, tanto faz”.Uma pessoa querida da família, cansada talvez de me ver naquele estado, aproximou-se de mim com um livro nas mãos e me disse com severidade: “LEIA!”. Diante do costumeiro “tanto faz”, iniciei a leitura.Mal terminava a introdução e o meu estado emocional já não era o mesmo. Algo nas palavras daquela autora tinha o poder de movimentar sentimentos estagnados. Até que, por fim, estanquei comovida diante de uma frase que, naquele momento crítico, acabava por me devolver a esperança. A frase era: “Quer ajuda psicanalítica, vá colher ossos!”. Foi assim que o livro “Mulheres que Correm com Lobos” lançava sua primeira apresentação no enredo da minha vida.Em geral, são histórias como essas que ouvimos das pessoas, quando perguntadas sobre de que forma chegaram ao livro. Ele quase sempre lhes chega devido à uma dor própria ou à de algum amigo ou parente que, tendo passado por experiência semelhante, o indica. Existe também a versão da indicação por algum terapeuta que, possivelmente, não vê uma saída melhor para iniciar seu trabalho com o analisando do que provocar, através da sua leitura, os momentos oportunos de intervenção no processo terapêutico.Não raro também são aqueles que, ao iniciarem sua leitura, mal conseguem passar da introdução. Por quê? Porque, de cara, acham o livro complexo demais! Bem, de fato, este não é um livro “raso”, para ser lido por quem não tenha um mínimo de desejos de mergulhar profundamente nos seus próprios mistérios, pois o livro nos convida exatamente a isto!Da primeira à última página, vamos gradativamente empreendendo uma viagem a profundidades inimagináveis na nossa psique.Vamos identificando, através das histórias, aspectos até então desconhecidos de nós mesmas e, com isso, a consciência vai aos poucos se enriquecendo de elementos a serem trabalhados. A Clarissa incorpora a própria La que sabe para nós, e nos sentimos seguras diante de seus ensinamentos. Ela nos encoraja a irmos de encontro aos nossos “predadores” e vencê-los, para resgatarmos das sombras tudo o que necessitamos que seja recuperado, tratado e cuidado, para estar novamente na luz.
A Clarissa saber tudo ao nosso respeito - Quantas e quantas vezes torna-se difícil prosseguir e ultrapassar algum trecho do livro... Tacitamente, todas nós sabemos sobre o porquê disto acontecer com certa freqüência. É que existe ali um nó. Existe ali um momento doloroso que não fomos capazes de transmutar na época do seu acontecimento. Alguma história, algum arquétipo, algum mito, expõem nossa própria experiência. Quando isso acontece, “abandonamos” rapidamente a leitura, numa tentativa de fugir do que não estamos prontas para ver; e assim, o livro fica “jogado” em algum canto, esperando e aguardando pacientemente pelo nosso retorno, que indubitavelmente acontecerá.Passarão dias, semanas, meses, anos... Não importa, é certo que voltaremos a ele. Isto porque a qualquer momento estaremos nos doendo de novo e necessitando urgentemente sermos acolhidas pela Clarissa, que parece nos compreender e saber tudo ao nosso respeito. A respeito do interior de todas as mulheres. Então, nos reencontramos com o livro, a página e o marcador na tal “parada crítica”.Quanto maior o mergulho nas entranhas do livro, mais torna-se evidente que o medo e o isolamento vão cedendo lugar aos anseios de compartilhar experiências dentro do arquétipo da mulher selvagem. Necessitamos do engajamento em alguma “matilha” para nos tornarmos coletivas. Inventamos estudos em grupo e grupos de discussões. Recontamos nossas doloridas histórias com olhares e perspectivas diferentes. Fortalecemos-nos e recuperamos nosso aspecto saudável.Eu tenho certeza de que nenhuma mulher que tenha se interessado por este livro também tenha conseguido permanecer em um nível de interação superficial com ele. Afirmo isto porque senti/sinto que é nossa própria alma que o busca sempre que necessita de ajuda, de coragem, ou de um simples gesto de carinho.Clarissa Pinkola Estes graciosamente cumpriu sua tarefa com a humanidade e com a Deusa quando condensou para nós, em “Mulheres que Correm com os Lobos”, as suas vivências e reverência ao arquétipo da mulher selvagem, guardiã de nossa força psíquica e mantenedora da vida criativa de todas as mulheres na sua natureza instintiva.Namastê !!!

Cleidi LopesEnfermeiracleidi.lopes@terra.com.br São Gonçalo/RJ
Ilustraçãohttp://members.cox.net/FotosArquivo pessoal
"GORDA"
(Teatro das Artes - Shopping da Gávea).

Fui ao teatro assistir à peça "GORDA" com Fabiana Karla! Claro que foi muito engraçada, já imaginamos pela atriz principal com sua fama no programa Zorra Total. Mas é interessantíssima a forma verdadeira como é tratado o delicado tema do preconceito com a obesidade em uma sociedade furiosamente obcecada com a magreza excessiva!! E não só com magreza, mas com o horror à velhice (o que é INEVITÁVEL para TODOS!), com defeitos físicos congênitos ou causados por acidente (este último podendo TAMBÉM atingir a qualquer um!), enfim, a peça aborda de forma até bastante dura e cruel a realidade do "horror" que nos causa tudo aquilo que é diferente!! O "cara" tinha um caso com uma colega de trabalho magérrima (que MESMO ASSIM chega a ser CLASSIFICADA por um colega do "cara" como "ficando barrigudinha" - OBS: a atriz era só osso e pele!!)... essa colega magérrima, bonita, contadora bem sucedida, é extremamente mau humorada, faz cobranças o tempo todo - em todos os sentidos - e vive "no pé" do cara exigindo dele uma relação mais "esclarecida", mais oficial! A GAROTA MAGRA e MAU HUMORADA é um porre!! Provavelmente devido à FOME que precisa passar para manter um corpo "insosso" e até parecendo "sem osso", além de "sem carne" tb (kkkk!!).

O "cara", seu nome é Antônio, é um executivo bem sucedido de uma grande empresa, é bonito, charmoso e magro. Ele se apaixona por uma bibliotecária (profissão considerada "obsoleta" em nossa sociedade informatizada, focada em leituras virtuais, e, por esta razão, considerada também uma profissão de pessoas "não muito bem sucedidas"!!!). Então, além de bibliotecária, trata-se de uma mulher BEEEM GORDINHA. Seu nome é Helena, em clara referência irônica à "Helena de Tróia". Apesar de ter a forma física ressaltada por vestidos de tecidos leves que marcam ainda mais a silhueta "cheinha" da atriz Fabiana Karla, a personagem Helena é fascinante, cativante, doce, inteligente, seu sorriso é belíssimo, seu senso de humor faz da relação dela com Antônio um verdadeiro conto de fadas!! Eles se apaixonam!!! Chegam mesmo à conclusão de que se amam... Ele chega a dizer pra magrela anoréxica, sua ex-namorada e ainda colega de trabalho, num momento em que ela o provoca, que ele quer a gordinha porque: "ela não é você!". Isso foi LINDO!!! A diferença entre as duas é gritante: a "gorda" é extremamente bem resolvida, feliz, alegre, brincalhona, irradiando bem-estar e harmonia... a "magrela" é rabujenta, vive reclamando de tudo, vive fuçando a vida do ex para descobrir sobre sua vida social e com quem anda saindo, seu mau humor aumenta na proporção em que ela imagina que possa estar ficando gorda... definitivamente uma péssima companhia!

Bem, INFELIZMENTE não posso continuar essa narrativa, que pena... se eu contar estrago a surpresa de quem possa estar interessado em ir ao Shopping da Gávea conferir o espetáculo! Mas preciso deixar aqui registrado que o final é inusitado, até chocante... surpreendente!!!! Faz pensar muiiito sobre a prisão em que vivemos, uma prisão de estereóptipos, na qual acreditamos ter bom senso para dela sairmos a qualquer momento que quisermos, sendo isto, na verdade, uma batalha terrível a ser travada contra todos ao redor, já que estamos TODOS, sem exceções (inclusive gordinhos, magrinhos, paraplégicos, idosos, etc), submersos em preconceitos, "acreditando" ingenuamente que somos livres!! MUITO BACANA!! Vale a pena conferir!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

DE: JANAÍNA PEREIRA.

MEUS AMIGOS, MUITO OBRIGADA PELAS 4512 CORRENTES QUE ME FORAM ENVIADAS ATÉ AGORA!!!

NESTE ANO, GRAÇAS A ELAS, TOMEI ALGUMAS ATITUDES QUE MUDARAM MINHA VIDA:

1. JÁ NÃO SACO DINHEIRO EM CAIXA ELETRÔNICO PORQUE VÃO ME COLAR UM ADESIVO AMARELO OU JOGAR UMA LINHA NO MEU OMBRO E QUANDO EU DOBRAR A ESQUINA VÃO ME ROUBAR; (COMO SE FOSSEM LEVAR MUITO DINHEIRO!)

2. JÁ NÃO TOMO COCA-COLA PORQUE ME AVISARAM QUE SERVE PRA LIMPAR MÁRMORE E QUE UM CARA CAIU NO TANQUE DA FÁBRICA E FICOU TOTALMENTE CORROÍDO; (BOB ESPONJA PURINHO!)

3. NÃO VOU AO CINEMA COM MEDO DE SENTAR NUMA AGULHA CONTAMINADA COM O VÍRUS DA AIDS; ( EAGORA, COMO VOU ASSISTIR O ROBERT PATTINSON?! )

4. ESTOU COMO UMA INHACA DE GAMBÁ VIOLENTA PORQUE DESODORANTE CAUSA CÂNCER DE MAMA; (SE BEM QUE EU USAVA EM BAIXO DO BRAÇO, NÉ?)

5. NÃO ESTACIONO O CARRO EM SHOPPING CENTER COM MEDO DE CHEIRAR PERFUME E SER SEQÜESTRADO;

6. NÃO ATENDO MEU CELULAR COM MEDO QUE ALGUÉM PEÇA PARA DIGITAR 55533216450123=T4RH2 E EU TENHA QUE PAGAR UMA FORTUNA DE LIGAÇÃO PARA O IRÃ, OU ENTÃO OUÇA UM ANALFABETO
DIZER QUE SEQUESTROU MINHA FILHA ENQUANTO UM OUTRO ANALFABETO BANDIDO FICA GRITANDO QUE NEM VIADO…..AI MÃE, AI MÃE...

7. NÃO COMO MAIS BIGMAC POIS É TUDO FEITO COM CARNE DE MINHOCA COM ANABOLIZANTE; (FICO ME PERGUNTANDO SE FOI ISSO QUE O JACOB COMEU....)

8. NÃO COMO MAIS CARNE DE FRANGO, CHESTER POIS OS FRANGOS FORAM ALTERADOS GENETICAMENTE, TOMAM HORMÔNIOS FEMININOS E TÊM SEIS
ASAS, OITO COXAS E NÃO TÊM BICO, PENAS NEM CABEÇA; (VOU SER OBRIGADA A COMER PERU.... NO NATAL..... QUE CHATO!)

9. NÃO SAIO COM MAIS NINGUÉM PORQUE TENHO MEDO DE ACORDAR NA BANHEIRA CHEIO DE GELO E SEM MEUS RINS;

10. REFRIGERANTE EM LATA, NEM PENSAR!!!
TENHO MEDO DE MORRER DE LEPTOSPIROSE DO MIJO DO RATO;

11. NÃO TENHO MAIS NENHUM TOSTÃO
POIS DOEI TUDO PARA A CAMPANHA EM PROL DA OPERAÇÃO DA NILDINHA, QUE É UMA MENINA QUE PRECISA FAZER UMA OPERAÇÃO URGENTE, QUE SÓ TEM MAIS DOIS MESES DE VIDA (DESDE 1993);

12. ESCREVI EM 500 NOTAS DE R$1,00 UMA MENSAGEM PARA A NOSSA SENHORA DA FRIEIRA, PARA ME DAR MUITO DINHEIRO, E ACABEI PERD ENDO UMAS 20 NOTAS POIS EU ESCREVI DEMAIS;

13. ESTE MÊS DEVO RECEBER O MEU CELULAR ERICSSON, POR TER REPASSADO OS E-MAILS PARA 2366 AMIGOS, E MÊS QUE VEM RECEBO OS U$1.000,00 DA AOL E DA MICROSOFT, ALÉM DOS PRÊMIOS DA NESTLÉ;

14. NÃO BEBO MAIS REFRIGERANTE KUAT, POIS ELE TEM UMA SUBSTÂNCIA QUE CAUSA CÂNCER;

15. JESUS E NOSSA SENHORA DÁ SE JÁ DEVEM ESTAR MORANDO LÁ EM CASA DE TANTA VISITA DELES QUE RECEBO POR EMAIL;

“ENTÃO, SEUS MALUCOS CRIADORES DE CORRENTES, SE VOCÊS NÃO PASSAREM ESTA CORRENTE, PARA CENTO E QUINZE MIL AMIGOS, EM EXATOS CINCO MINUTOS, UM URUBU VAI TE CAGAR, TEU TIME VAI PRA SEGUNDONA E TU VAI SE FERRAR PRO RESTO DA VIDAAAA!

Assinado: JANAÍNA PEREIRA. (postado por Fafi Belo!).

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

SER MÃE

Meu Deus, como é difícil ser mãe com tanta merda sendo veiculada, EMPURRADA goela a dentro dos nossos filhos o tempo inteiro na tv... É... já TENTEI ser do tipo histérica, neurótica que procurava nunca, JAMAIS ter tvs espalhadas pelos 4 catos da casa, limitar ao máximo o tempo pra ficar de frente pra tv e cheguei mesmo a não deixar assistir tv!!!! kkkk! LEDO ENGANO! Isso equivale a nadar contra uma onda bem violenta... a gente se arrebenta!!! Tive q REBOLAR (literalmente) pra substituir a maldita TV!!! Ô inferno!!! Fiquei um caco, feia, gorda, o tempo q eu tinha pra mim era quase nenhum!!! Não que agora eu esteja magrinha, perfeita, mas com certeza estou entendendo (o que me custou duras penas!!) que PRECISO ter um tempo pra mim e que nem tudo o que tem na tv é tão ruim!! Pra minha sorte surgiu o "Teca na tv", "Dora Aventureira", "Pistas de Blue", entre outros programas infantis educativos na época da minha filha mais velha, há 9 anos atrás, e agora, UFA, tem o bendito DISCOVERY KIDS que é o colírio dos olhos do meu bebê de 1 ano e 9 meses!! Ironia do destino ou não (na faculdade, ainda solteira, sem filhos, escrevi um artigo "descascando a tv", kkkk), a TV é um verdadeiro "calmante" para os dois!!

Bem, descoberta a importância de me manter sã, cuidando um pouco de mim também, e notando que há coisas "boazinhas" na tv, qual meu drama então?! Os meus problemas começaram quando minha filha mais velha, um belo dia, veio com uma conversa de que na escola "todos tão vendo 'Isa TKM', 'Feiticeiros de sei lá o quê' e 'Hannah Montana', etc, só EU que tenho que dizer 'minha mãe não deixa...'"!! Comecei a ceder um pouco aqui, ali... afinal, é tão bom poder ter meus poucos momentos de paz absoluta, além do mais, a tia tinha me dito que viu um dos ditos programas e que até era "legalzinho"! "Ah, DEIXA DE SER NEURÓTICA! Deixa a menina!".

Dali a pouco começo a notar comportamentos agressivos, cheios de uma petulância irônica típica de "aborrecente"!!! O quê é isso, meu DEUS?! Já estou sofrendo com as "aborresnências" de uma menininha de 9 anooos?! AH NÃO!!! Fiquei definitivamente HISTÉRICA!! Fui "investigar" o assunto. Entretanto, não pensei logo de cara nos tais programas não! Fui à escola dela conversar com a professora pra tentar descobrir algo, talvez as amizades... a gente sempre tenta encontrar o culpado fora de casa! rsrsrs! Não deu em nada... apenas em um comentário da professora que gerou um bolo no meu estômago: "Ah mãe! (vejam bem, depois de parir, vc não é nunca mais chamada pelo nome, vc é "mãe"! Isso sugere que o "EU" se funde ao "ser mãe" até a próxima encarnação, o que a mim até que me agrada um pouco, embora eu saiba que me sinto sufocada de vez em quando, assim como 99,9% das mães!)... bem, voltando à fala da professora: "Ah, mãe, a meninada hoje em dia anda muito influenciada por esses seriados de tv, que eu, particularmente detesto! Mas... não dá pra proibir! Se proibir você compra uma briga com um GIGANTE!"

UIA! Fiquei com "meda"... pronto! Virou um desafio pra minha personalidade teimosa! Como uma mula, decidi comprar a briga com a "giganta" de 9 anos!! rsrsr! De fato, me dei muiiiito mal!!! Elas, as crianças, ou, como às vezes chamo, as "criONÇAS", apesar da pouca idade, são de fato GIGANTES. Escorregadia e matreira, ela dava um "jeito" de escapar, assistir na casa da amiga, da avó, da tia... ninguém tá disposto a comprar uma briga dessas!! Por fim, exaurida de toda minha energia, mau humorada, COMENDO IGUAL A UMA VACA pra "aliviar" o estresse, e, portanto, gorda, cansada de tanto colocar de castigo sem isso, sem aquilo.... por fim, eu ENXERGUEI a VERDADE!!

Foi num belíssimo e ensolarado dia, quando, determinada a acabar com todas as minhas idéias de contra-argumentação, veio minha filha-giganta, adolescente ANTECIPADA, com a bendita ladainha "Mãe, posso ver Isa TKM?!! Posso? Posso? Posso? Posso?". Fingi que não ouvi e continuei lendo, tentando reunir qualquer fiapo de energia que possa ter restado. Ela continuou, mais determinada que nunca:

-"Poxa, mãe! Olha tá tão legal, a Isa vai brigar com a Cristina e dizer na cara dela que ela é do mal, etc, etc. Você sabe quem é a Cristina né?".

-"Sei, Bi, Cristina foi minha avó que não conheci e dizem que foi uma santa!".

-"PÔ MANHÊ!!!! Tô falando MUIIIO Séééério!! A cristina vai se dar mal pq blá blá blá blá...!". Foi então que, na TOTAL AUSÊNCIA de forças para esta luta, eu vi uma LUZ no fim do túnel (e não era um trem vindo pra cima de mim, nem uma experiência de quase-morte!). Eu disse apenas:

-"Vc quer assistir Isa TPM?"

- "PÔ, MANHÊ, fala sério, é Isa TKM!!!...

-"Que seja, Bi, vai lá, vai com Deus!".

E continuei tranquilamente minha leitura. Ela ficou alguns segundos parada à minha frente tentando assimilar sua VITÓRIA. Ela então perguntou mais umas 3 vezes se era verdade, se ela podia MESMO ir lá assistir sem ficar de castigo depois, etc, ao que eu respondi no mesmo tom tranquilo -"Vai la´, vai com Deus!".

Ela foi correndo... e.... ADVINHEM O QUÊ?!! Ela tava quicando de alegria e assim ficou por todo o episódio da bendita série... quicou do sofá pra cozinha VÁRIAAAAS VEZES. Uma hora ia beber água, outra hora ia pegar uma "pipoquinha" (que levou algum tempo pra ficar pronta mesmo sendo de microondas!), depois foi ao quarto pegar um travesseiro, depois foi lá de novo pegar um edredom, depois.... UFA!!! EU mal pude ler diante de tamanha agitaçãoooo!!!!

-"BI, afinal, é a Isa que tá na TPM ou é VOCÊ?!!! Vc tá histérica, não pára na frente da tv pra ver seu tão sonhado programa e agora ele tá terminando e você vai voltar no quarto pra pegar mais o quê, criatura de DEUS?!!!".

Ela teve a cara de pau de dizer: -"Ahhh.... é q eu tô tão feliz!!".

- "Ah é?! E o que aconteceu no episódio de hoje?!".

-"Ah, eu sei, é q a Cristina levou um fora da Isa, ela disse que a Cristina é do mal!!!".

-"puxa vida Bi, isso ATÉ EU já sabia ANTES do episódio começar! Eu quero apenas saber o que MAIS você viu?!".

- "ah... sei lá manhÊ!! Vc nem gosta de Isa TKM!!! Tá perguntando porquÊ?".

Foi então que VI o quanto eu servia apenas de FANTOCHE nas mãos de uma menina de 9 anos!! Ela não queria "ISA TKM"... ela queria me vencer na briga!! NADA MAIS!!! ELA AINDA pergunta TODO SANTO DIA, cada dia uma coisa: "Posso ver Hannah Montana??!", "Posso ver "Feiticeiros de ****", "Posso ver "@#$$%¨&*", POSSO? POSSO? POSSO?!" e eu respondo com um ar de Garfield depois de comer lasanha, com toda a leseira possível no meu tom de voz:
-"Assistir aqueles seriados horrorosos?!! Aqueles onde sempre vejo uma filha respondendo mal à mãe ou ao pai?! Aqueles onde vejo as meninas se comportarem como fúteis, interesseiras e tranbiqueiras??!! A esse seriado que você quer assistir?! TUDO BEM, vai com DEUS! E que ELE te proteja de TANTO mal!".

E, assim, lá vai minha filhinha, FELIZ DA VIDA, saltitando para o sofá com o objetivo de assistir, completamente imóvel, quietinha, hipnotizada a ... "Bob Esponja Calça Quadrada"!
(CONTINUA numa próxima oportunidade!).

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Fiquei tão bem impressionada com este filme que já o vi duas vezes! Vale a pena conferir!

“A Verdade está aqui dentro...”

Num primeiro momento, a história de “Avatar”, longa recém-estreado de James Cameron(mesmo diretor da mega-produção vencedora do Oscar “Titanic”), pode nos parecer lugar-comum pelo recorrente tema humanos versus extraterrestres. Entretanto, “Avatar” não só nos surpreende pelo espetáculo tecnológico, tamanha sua explosão inovadora de efeitos especiais, como também por aguçar mais uma vez e de maneira contundente a nossa mente e nossa alma no que diz respeito à relação com nosso planeta, tão na mídia e tão carente de discussões com vistas a soluções práticas(haja vista a recente Conferência de Kopenhagen...).

A história gira em torno de um ex-fuzileiro paraplégico que vê na incursão ao planeta Pandora, um meio de conseguir melhorar sua vida ao tornar-se mercenário. Para tanto, resolve participar do “Programa Avatar”, um projeto científico(do qual seu falecido irmão gêmeo participava como cientista) que visa conhecer e estudar os Na’ vi, raça humanóide que habita justamente uma área visada pelos conquistadores humanos... Sim! Repetem-se no futuro as grandes invasões que dizimaram milhares de povos indígenas em vários cantos da Terra... Só que agora com proporções dramaticamente maiores, uma vez que “humano” consolida-se como sinônimo de destruidor, desalmado, “desraizado” (com a licença do neologismo).

“Avatares” são seres híbridos(metade humanos, metade na’vi) monitorados por seres humanos; são como fantoches vivos. Além: são cientistas espiões. Entretanto, ao serem descobertos, ainda têm a chance de provar que podem se tornar verdadeiros na’ vi...

O grande dilema de nosso anti-herói Jake Sully é ter que optar entre servir às Forças Armadas informando a seus iguais segredos da terra colonizada e do povo que o acolhe ou juntar-se a este para combater as más intenções humanas que se resumem em exterminar seus habitantes para então explorá-la. Motivo: ela é rica em um novo minério muito valioso, o “unabtenium”(sempre eles: o dinheiro e a ganância a guiar nossos passos...). Soma-se a isso o amor que começa a nutrir pela princesa guerreira Neitiry...

O que mais encanta o espectador boquiaberto pela beleza visual e sonora do filme são pequenos detalhes que se tornam grandiosos ao serem “sacados”: a não gratuita cor azul dos na’ vi; a ligação contínua que estabelecem com a natureza que os cerca através de seus cabelos; a analogia entre a figura da árvore e a Vida, entre outros.

Sem dúvida, “Avatar” é o tipo de filme que precisa ser visto e revisto para ganhar mais e mais significados. Um presente para este Natal. Uma bela homenagem a nossos povos indígenas, uma vez que a filosofia de vida dos povos que habitam Pandora é justamente a sua. Sem falar que a palavra indígena pertence à mesma família etimológica de alienígena. E, segundo a ufologia, os indígenas teriam realmente uma origem extraterrestre... Pasmem! E o que dizer do nome “Pandora”?! Vide a mitologia grega. Um planeta parecido com a Terra, considerado pelos humanos completamente hostil, mas que na verdade guarda em si a dádiva da esperança, representada pela divindade Eiwa, que corresponde nada mais, nada menos à nossa sagrada Mãe Natureza. Nada é coincidência...

Minha irmã Fátima me confidenciou que ficou com vontade de se tornar um na’ vi. Penso que ainda há tempo de buscar lá no fundo de nossa humanidade o nosso lado selvagem, estritamente instintivo e natural que nos aproxima de cada outro ser vivo, uma vez que também somos parte constitutiva da Terra. Fazemos parte de um círculo muito maior que a nossa ignorância. Precisamos acordar para este fato, pois desprezando nosso lugar neste círculo da vida, tornamo-nos mais alienígenas que humanos...



quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Um presente de nosso saudoso Mário Quintana...

Canção do dia de sempre

Tão bom viver dia a dia...
A vida, assim, jamais cansa...

Viver tão-só de momentos
Como essas nuvens do céu...

E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...

E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.

Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...

Salve Quintana! Que venha 2010 com toda pompa e circunstância povoar-nos com novas expectativas e esperanças!!! Bjos enormes a todos!